Tragédia no mar grego: 78 mortos 500 desaparecidos
Uma tragédia ocorreu na quarta-feira (14) na costa do Peloponeso, na Grécia, quando um barco de pesca sobrecarregado de migrantes afundou, resultando na morte de pelo menos 78 pessoas.
Mohammad, sobrevivente de apenas 18 anos de idade, sensibilizou o mundo ao abraçar o seu irmão através de uma cerca de metal, onde muitos sobreviventes foram levados após serem resgatados do mar. Ele havia estado na Líbia por quase dois anos antes de embarcar na perigosa jornada pelo Mediterrâneo e sobreviver ao naufrágio trágico na costa da Grécia.
Fadi irmão de Mohammad, foi a Kalamata, no sul da Grécia, à procura dele e reencontrou-o na zona portuária, onde os sobreviventes estão a ser acolhidos.
Embora o número exato de passageiros seja desconhecido, há centenas de pessoas desaparecidas. Familiares e ativistas relataram à AFP que pelo menos 141 sírios estavam a bordo.
Iyad, originário de Jasim, na província de Daraa, no sul da Síria – região afetada por uma guerra civil de 12 anos – disse que seu filho de 19 anos, Ali, ainda está desaparecido.
O homem de 47 anos que trabalha em uma escola e preferiu não revelar seu sobrenome, mencionou ter ouvido falar de dois relatórios gregos: um indicando seu filho como sobrevivente e outro como vítima fatal. “Tenho esperança de que ele esteja entre os sobreviventes”, afirmou em entrevista por telefone à AFP neste sábado (17).
Segundo o pai, o adolescente buscava uma vida melhor na Líbia, para onde viajou a partir de Damasco. “Ele nos disse que queria trabalhar em um restaurante” e planejava enviar dinheiro para ajudar a família, relatou Iyad. “Não sabíamos que ele queria entrar em um barco”, lamentou.
Ativistas do Escritório de Documentação dos Mártires de Daraa informaram à AFP no sábado que 106 pessoas a bordo do barco eram do sul do país, principalmente da província de Daraa, onde, segundo eles, “a situação de vida e segurança é absolutamente insuportável”.
O barco de pesca onde, segundo a agência ANSA, seguiam cerca de 750 migrantes, incluindo 100 crianças. A polícia grega estima que cerca de 500 pessoas estejam desaparecidas.