Grupo de xenófobos metidos a neonazistas: “Portugal é uma terra de brancos para brancos”
A Embaixada do Brasil em Portugal comunicou às autoridades do país, solicitando ação em relação a uma ameaça anônima recebida por e-mail em 14 de junho, que mencionava um possível atentado contra cidadãos brasileiros residentes em Portugal. Em um ofício direcionado ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, o embaixador Raimundo Carreiro requisitou o reforço na segurança dos brasileiros no país.
O e-mail, enviado por um grupo neonazista, continha afirmações como “Portugal é uma terra de brancos para brancos” e expressava a intolerância em relação aos “malditos brasileiros” e outros estrangeiros. O grupo também demonstrou apoio a um movimento xenófobo que defendia o apedrejamento de brasileiros na Universidade de Lisboa, além de mencionar a Liga de Futebol da Espanha em relação aos ataques racistas sofridos pelo jogador Vinícius Jr., do Real Madrid.
No e-mail, também havia ameaças ao governo português, com exigências de elaboração de políticas de expulsão de “homossexuais, estrangeiros e não brancos”. O grupo anunciou a intenção de realizar uma série de atentados terroristas em locais frequentados por brasileiros (chamados pejorativamente de “zucas” em Portugal) e “negros”.
A história de amor e ódio entre Brasil e Portugal remonta ao período do Império, e a tolerância dos portugueses em relação à presença de brasileiros no país está fortemente associada às condições econômicas do Brasil. Quando a economia brasileira está aquecida, os portugueses tendem a ser receptivos, pois reconhecem que os brasileiros estão investindo seus rendimentos no país. No entanto, quando a economia está em baixa, há uma percepção de que os brasileiros estão ocupando empregos, vagas nas escolas, serviços de saúde, entre outros.
Essa questão não é exclusiva de Portugal, pois o Brasil também tende a valorizar mais os europeus do que, por exemplo, os venezuelanos. Essa situação está relacionada à dinâmica da sociedade contemporânea, independentemente da nacionalidade. Acontece somos todos cidadãos do mundo, habitantes do planeta Terra. Temos o direito de viver onde escolhermos, desde que respeitemos a comunidade e as leis locais.
A xenofobia é uma atitude totalmente sem sentido e ultrapassada, restrita apenas à mente dos “hipócritas, disfarçados andando ao redor” que promovem o terror, mas rapidamente abaixam a guarda e estendem o tapete vermelho quando precisam de alguém, seja negro, gay ou de qualquer nacionalidade, para atender aos seus interesses.
Aqueles que amam as duas nações, se sentem em casa nas duas Pátrias, têm amigos dos dois lados do oceanos e desejam o bem de todos, são felizes. Além de serem cidadãos do mundo, eles são seres iluminados e universais, capazes de transcender fronteiras e abraçar a diversidade que enriquece a humanidade como um todo.