O Reino Unido que o Brasil carrega nas costas

heres que atualmente também se aventuram na profissão. Há casos de um colega cortar o pneu da moto do outro para ter mais entregas, ou até de cortarem cabos ou provocarem outros danos no veículo para diminuir a concorrência. No pico da pandemia Coviv19, a classe amargou o pior momento da história.

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Uns desistiram e voltaram ao Brasil, muitos morreram e outros conseguiram sobreviver ao caos e continuaram a atender a grande demanda exigida por um país que oferece oportunidade a todos. O catarinense Gabriel Santiago, 27 anos, morreu em um acidente de trânsito em Londres, no Reino Unido, em julho de 2022.

Natural de Criciúma, no Sul do Brasil, ele morava há dois anos no exterior, onde trabalhava como motoboy. Uma motorista cruzou na frente da sua moto e ele morreu no local. Gabriel morava no Reino Unido com a esposa, também de Criciúma. Os dois jovens deixaram o país em busca de uma vida melhor e de juntar dinheiro para realizar o sonho da casa própria, ao regressar ao Brasil. “A gente está totalmente perdido, não sabe nem por onde começar e precisamos de toda ajuda possível.

Está muito pesado para todos nós. Estamos de mãos atadas”, disse a família, na altura do acontecimento. No último dia 30 de novembro o brasileiro Guilherme Messias da Silva, de 23 anos, natural de Petrolina, Goiás, sua cidade natal. morreu após ser atropelado durante um tiroteio em Brixton, na Inglaterra, onde morava. O que seria a última entrega do dia, virou a última da sua vida. Mais um brasileiro que veio para o Reino Unido na esperança de uma vida melhor e trazendo e deixou muitos pelo caminho.

Mas os perigos não estão apenas na condução do veículo.

Uma reportagem da BBC News, abordou a questão de motociclistas com situação legalizada no Reino Unido – ou seja, que estejam autorizadas a trabalhar – abrem contas como entregadores em aplicativos como Uber Eats, Deliveroo ou Stuart, que estão entre os mais populares no país, e a partir daí alugam para outros brasileiros ou estrangeiros em situação ilegal.

Os aplicativos de entrega estão cientes do problema e consideram o aluguel de contas uma falha contratual grave. As empresas dizem desabilitar as contas usadas indevidamente – e que essas são descobertas geralmente após denúncias.

As empresas não informam quantas contas foram desabilitadas – nem quantas denúncias sobre quem está trabalhando indevidamente usando identidades de outras pessoas foram feitas ao Home Office, o Ministério do Interior do Reino Unido responsável pela imigração no país. Quem for flagrado trabalhando e/ou vivendo ilegalmente no Reino Unido é convidado a sair do país espontaneamente.

Se isso não acontecer, a lei prevê deportação. Há o risco ainda de detenção antes da deportação. Também há punição para quem emprega uma pessoa sabendo ou que tenha “motivos razoáveis para saber”, nas palavras do Home Office, que essa pessoa não tem o direito de trabalhar no Reino Unido.

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Se o empregador for condenado, a pena é de até cinco anos de prisão e multa sem valor fixo. E assim, entre tantos riscos e perigo e em meio a essa guerra, barulhenta pelos roncos de motores e silenciosa pela condição migratória, centenas de jovens brasileiros carregam nas costas, para além dos seus, o que alimenta o Reino Unido.

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