A liberdade de um povo
Por Pastor Natanael Gonçalves*
Nenhuma nação tem uma história tão fascinante quanto a de Israel. Nas edições anteriores, relatei a emocionante história de um personagem bíblico de nome José. Quando a sua família se mudou para o Egito e lá se estabeleceu, passados quatrocentos anos já se podia contar seiscentos mil homens, além de um número incontável de mulheres e crianças. No livro de Êxodo, no capítulo 1, verso 8, lemos: Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Esse novo rei e seus conselheiros estavam preocupados com os hebreus. Pensavam que eles podiam surpreende-los e, dado a isso, esse novo governante os escraviza e mata os primogênitos do sexo masculino. Naquela situação, perderam toda a esperança da liberdade, já que eles estavam sob o domínio da nação mais poderosa da terra e sem aparente saída. Quando alguém é escravizado, precisa de liberdade.
A intervenção de Deus
No horror da ordem que seguiu à matança dos recém-nascidos, um bebê é poupado, cujo nome é Moisés. Num momento de reviravolta e cheio de ironia, Deus levanta Moisés como um filho adotivo na casa de faraó. O Senhor o capacita para ser o libertador do povo hebreu que, como já disse, era escravizado. Esta tarefa não será fácil, aliás, atos com significados nunca o são. Depois da intervenção de Deus com as pragas derramadas, conforme lemos no livro de Êxodo, vemos Israel sendo levado a um dos maiores eventos de sua história. Essa ocorrência foi tão crítica para nova nação, que Deus mudou até o calendário, fazendo deste evento o começo do ano religioso para Israel. Trata-se de uma das maiores celebrações que a nação tem observado desde então: a Páscoa. Esta celebração é a imagem mais clara da redenção em todo o Antigo Testamento. Com isto, aprendemos que ninguém está além da redenção e do perdão de Deus. Também revela tanto o nascimento de uma nação na noite da celebração da Páscoa, quanto a liberdade dessa nação no dia seguinte à comemoração, depois de quatro séculos.
A ordem de Deus
Para a páscoa, Deus ordena que as pessoas separem cordeiros. Os cordeiros deveriam ser escolhidos no décimo dia do mês, observando a direção de Deus registrada em Êxodo 12.5: O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito. Depois de escolhidos e guardados por quatro dias, deveriam ser mortos no crepúsculo da tarde. A seguir, tomariam do sangue e, com ele, pintariam os batentes das portas de suas casas. A marca do sangue seria a proteção deles contra o anjo da morte que Deus enviaria sobre o Egito naquela noite. Uma coisa é ouvir o que foi dito para fazer, mas outra coisa é fazer o que lhe foi dito. Não era suficiente apenas matar um cordeiro ou recolher o seu sangue em uma bacia. O sangue daquele cordeiro tinha que usado para pintar as ombreiras e a verga da porta da casa (Êxodo 12:7). Se isto não acontecesse, os hebreus sofreriam o mesmo destino que os egípcios, isto é, o primogênito morreria. Assim sendo, eles deviam obedecer ao que Moisés lhes dissera para fazer. Uma porta fechada e trancada, não os salvaria. Uma porta fortemente protegida, não os salvaria. Apenas e somente o sangue na porta, seria capaz de livrá-los. Deus não disse a eles que se fossem pessoas religiosas justas e respeitáveis seriam livres do anjo da morte. Novamente, somente o sangue marcado nos batentes das portas poderia salvá-los. Um certificado de batismo, ser membro de uma igreja ou fazer boas obras, também não livra ninguém do inferno. Apenas o sangue do Cordeiro é que pode salvar. Deus não permite substitutos.
Conclusão
A história foi feita naquela noite por pessoas que creram e obedeceram ao Verdadeiro Deus. Você pode crer no que o Senhor diz, mas se você não fizer o que Ele diz, a Palavra não irá operar em sua vida para o seu bem, aliás, ela se torna o seu Juiz. Você pode concordar como verdadeira a provisão que Deus te oferece, mas ela não funcionará se você não a empregar em sua vida. Os israelitas foram salvos pelo sangue derramado do cordeiro e nenhum lar hebreu perdeu um único filho. Nós, hoje, somos salvos da mesma maneira. Cada um de nós nasceu com o pecado no batente do nosso coração. Quando colocamos nossa fé em Jesus, nossos pecados desaparecem. Quando Deus olha para o seu coração, ou Ele vê os seus pecados ou o sangue de Jesus. O único caminho para a liberdade e para a vida eterna é pelo sangue do Cordeiro de Deus. Continua na próxima publicação. Não perca!
* Pr. Natanael Gonçalves é pastor da IBN – Igreja Batista das Nações (Bournemouth); www.ibn.org.uk e-mail: ibnonline.org.uk@gmail.com.
Também pode interessar: