O americano Robert Francis Prevost é o Papa Leão XIV. Será que ele conseguiria operar um milagre em Donald Trump?

O novo Papa, Leão XIV, nasceu como Robert Francis Prevost em Chicago, nos Estados Unidos, e foi eleito pontífice no dia 8 de maio de 2025, após a morte do Papa Francisco. Sua eleição marcou um momento histórico para a Igreja Católica, não apenas por ser o primeiro papa de nacionalidade norte-americana, mas também por sua trajetória profundamente enraizada na América Latina, especialmente no Peru, onde serviu como missionário e bispo por muitos anos. O novo pontífice traz consigo uma experiência multicultural e uma sensibilidade pastoral forjada em contextos sociais complexos e desafiadores.
Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho ainda jovem e, ao longo dos anos, ganhou destaque por seu compromisso com a vida religiosa e sua habilidade de liderança. Foi superior geral da congregação dos agostinianos entre 2001 e 2013, período em que fortaleceu a presença da ordem em várias partes do mundo. Mais tarde, sua missão o levou ao Peru, onde atuou como bispo da diocese de Chiclayo e depois ocupou cargos importantes no Vaticano, como prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Sua eleição como Leão XIV foi bem recebida por muitos setores da Igreja, sendo vista como uma continuidade do pontificado de Francisco. Em seu primeiro discurso como papa, pronunciado em espanhol, Prevost destacou a importância de construir pontes, promover a paz e fortalecer o diálogo. Sua escolha de nome — Leão XIV — remete a uma tradição de papas que buscaram combinar firmeza doutrinária com abertura pastoral. A adoção desse nome também pode sugerir um desejo de retomada da autoridade moral e institucional da Igreja num tempo de transição e desafios profundos.
Entre os principais desafios que o novo papa enfrenta está a crise financeira do Vaticano, que acumula um déficit significativo e enfrenta dificuldades com a sustentabilidade de seu fundo de pensões. Há também o desafio da diminuição do número de vocações religiosas, sobretudo na Europa, e da crescente secularização que afeta a presença e a influência da Igreja em várias partes do mundo. Leão XIV terá que lidar com a urgência de revitalizar a fé católica entre os jovens e propor uma evangelização mais eficaz nos contextos urbanos e tecnológicos contemporâneos.

Outro tema delicado é o combate aos abusos sexuais dentro da Igreja. Embora tenham circulado alegações de que Prevost teria encoberto casos durante sua atuação no Peru, investigações independentes não confirmaram essas acusações. Organizações que atuam na defesa das vítimas expressaram esperança de que ele continue a política de tolerância zero iniciada por Francisco, aprofundando os mecanismos de escuta, reparação e prevenção. O novo papa terá de garantir que a transparência e a justiça sejam prioritárias, restaurando a credibilidade institucional da Igreja.
A eleição de Leão XIV teve grande repercussão internacional. Líderes políticos de diversas partes do mundo, como o presidente dos Estados Unidos e o rei Charles III do Reino Unido, enviaram mensagens de felicitação. No Peru, onde o novo papa é amplamente conhecido e respeitado, a presidenta Dina Boluarte manifestou orgulho pela escolha de alguém que considera o país como sua segunda pátria.
O início de seu pontificado é visto com expectativa, especialmente por fiéis que esperam equilíbrio entre tradição e renovação. Leão XIV terá que unir uma Igreja global, dividida em muitas questões morais, doutrinárias e pastorais. Seu perfil, que mescla firmeza espiritual com escuta e empatia, pode ser chave para um pontificado voltado ao diálogo, à inclusão e à reforma. Diante dos inúmeros desafios, sua liderança será testada desde os primeiros dias, mas sua trajetória até aqui sugere que ele está preparado para conduzir a Igreja com sabedoria e coragem.