Morre Alexei Navalny, principal opositor de Putin na Rússia

Considerado inimigo número um do presidente russo, ele cumpria 19 anos de prisão por “extremismo”

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Alexei Navalny em uma cela de vidro durante uma audiência no tribunal distrital de Babushkinsky, em Moscou, em 20 de fevereiro de 2021 - Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP

Alexei Navalny em uma cela de vidro durante uma audiência no tribunal distrital de Babushkinsky, em Moscou, em 20 de fevereiro de 2021 — Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP

O líder opositor russo Alexei Navalni, 47, está morto. O mais conhecido crítico do governo de Vladimir Putin estava preso em uma cadeia na remota região de Yamalo-Nenets, no Ártico, e cumpria 30 anos de pena por condenações diversas. A morte foi anunciada pelo Serviço Federal Prisional da Rússia, e até agora as causas não foram reveladas. Ao longo de sua detenção, Navalni fez greves de fome e teve uma deterioração acentuada de suas condições de saúde, o que seus advogados creditavam aos períodos de isolamento em solitárias, má nutrição e tortura psicológica.

O próprio Navalni, em uma mensagem recente, dizia que era acordado por músicas nacionalistas pró-Putin. O opositor considerava suas condenações meros artifícios de perseguição política, e no fim do ano passado seu sumiço da colônia penal onde estava preso perto de Moscou causou apreensão. Ele havia sido removido para uma unidade ainda mais brutal do sistema penal russo devido ao aumento de seu tempo de cadeia, em agosto passado.

Naquele julgamento, ele pegou mais 19 anos de prisão, elevando sua pena total a 30 anos e meio. O ativista disse que era vítima de uma armação stalinista, em referência aos julgamentos farsescos dos tempos do ditador soviético Josef Stálin (1878-1953).

Isso ocorreu porque ele foi designado um extremista, algo grave na lei russa, sob acusação de fomentar práticas do gênero em seu Fundo Anticorrupção, entidade que denunciava malversações de funcionários do governo de Putin. Ele já estava preso desde 2021, quando voltou da Alemanha após tratar os efeitos de um envenenamento sofrido na Sibéria em 2020, quando participava de uma campanha eleitoral local. Ele acusou Putin diretamente pela ação e consolidou sua posição como mais conhecido opositor do líder russo, no poder desde 1999.

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