Seja na ilha de Marajó ou qualquer parte do mundo, o tráfico de órgão é a terceira atividade ilícita mais lucrativas da atualidade. Denuncie!

O tráfico de crianças na Ilha de Marajó, no estado do Pará, Brasil, sempre foi uma preocupação constante para a população local. Recentemente, ganhou destaque nas redes sociais após a participação da artista gospel Aymee Rocha no reality show musical Dom. Durante sua apresentação, Aymee abordou temas sensíveis, incluindo a violência contra crianças, mencionando casos de pedofilia, exploração sexual infantil e tráfico de órgãos na região.
Essa denúncia provocou uma grande repercussão nas redes sociais, com muitas pessoas, incluindo artistas e figuras públicas, compartilhando informações sobre o assunto. No entanto, é importante ressaltar que algumas dessas publicações continham conteúdo falso, contribuindo para a disseminação de desinformação.
Em resposta a isso, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou uma nota alertando sobre a propagação de fake news relacionadas ao cancelamento de ações e projetos do governo federal na Ilha de Marajó. O Ministério esclareceu que, em maio de 2023, foi implementado o Programa Cidadania Marajó, com o objetivo de combater a violência contra crianças e adolescentes, bem como promover direitos humanos e acesso a políticas públicas na região.
É crucial combater a desinformação e garantir que ações efetivas sejam tomadas para proteger as crianças e adolescentes da Ilha de Marajó e de outras áreas vulneráveis. Além disso, é essencial respeitar a dignidade e a integridade dessas comunidades, evitando associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ao contexto de exploração sexual e de tráfico de órgãos.
Estudos apontam que o comércio ilegal de órgãos é considerado uma das atividades ilícitas mais lucrativas da atualidade, sendo classificado como a terceira, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas. Segundo Romano (2016), esse nefasto negócio afeta aproximadamente 20 milhões de pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, os intermediários das transações costumavam receber valores entre US$ 100.000,00 e US$ 200.000,00, englobando os custos procedimentais, enquanto os doadores recebiam em média US$ 3.000,00 por um rim, valores que variam consideravelmente entre países.
O tráfico de órgãos bem como o turismo de transplante violam princípios fundamentais como equidade, justiça e respeito à dignidade humana, devendo ser terminantemente proibidos. O comércio de transplantes, que frequentemente visa doadores empobrecidos ou vulneráveis, inevitavelmente conduz à iniquidade e à injustiça, justificando sua proibição.
Segundo a Global Financial Integrity (GFI), uma organização não governamental que rastreia fluxos financeiros ilícitos, aproximadamente 10% de todos os transplantes de órgãos no mundo são realizados por meio do tráfico de órgãos. Esse comércio ilegal envolve a remoção, venda ou compra ilegal de órgãos para transplante, muitas vezes explorando pessoas em situação de vulnerabilidade. No Brasil, apesar da legislação rigorosa quanto ao transplante legal e voluntário, a clandestinidade persiste, impulsionada pela crescente demanda por órgãos e pela falta de conscientização.
Diversos fatores contribuem para o tráfico de órgãos no Brasil e no mundo, incluindo a escassez de doadores legais, a desigualdade social, a falta de fiscalização eficiente e a presença de redes criminosas especializadas. As consequências desse crime ultrapassam a ilegalidade, afetando a integridade física e psicológica das vítimas, além de minar a confiança na eficácia dos sistemas de transplante. Denuncie!