Morre o mais carismático e acolhedor de todos os papas. Adeus Francisco.

Marta Vieira 

A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, marca o fim de uma era singular na Igreja Católica, que não via um pontífice tão inovador desde João Paulo II. Francisco foi reconhecido por seu estilo moderno e inclusivo, estabelecendo-se como um verdadeiro rosto do acolhimento. Com seu olhar compassivo, ele sempre fez um apelo à compreensão e ao perdão, buscando unir todos os fiéis, independentemente de suas diferenças. Suas mensagens de amor e solidariedade ressoaram globalmente, tornando-o um líder admirado por muitos.

Como o maior reformista da Igreja Católica, Francisco desafiou normas tradicionais, promovendo mudanças que refletiam a necessidade de uma Igreja mais aberta e acessível. Ele abordou questões contemporâneas, como a crise dos refugiados, a luta contra as mudanças climáticas e a importância do diálogo inter-religioso. Seu legado será lembrado não apenas por suas palavras, mas também por suas ações, que sempre buscavam trazer esperança e cura a um mundo frequentemente dividido.

Com a sua morte, o Vaticano se prepara para os rituais funerários estabelecidos pela tradição. O guia “Ritos Funerais do Pontífice de Roma”, que possui 400 páginas, orienta todos os aspectos do funeral papal. Segundo as diretrizes instituídas em 2000, o enterro deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte, um processo que respeita a solenidade do momento. No entanto, Francisco, sempre pragmático, já havia simplificado alguns ritos no ano anterior, refletindo sua visão de uma Igreja mais acessível e menos presa a formalidades.

A partida de Francisco deixa um vazio significativo, mas também uma inspiração duradoura para o futuro da Igreja e seus fiéis.

O Papa Francisco introduziu várias inovações notáveis durante seu papado, refletindo seu compromisso com uma Igreja mais inclusiva e moderna. Algumas das mais significativas incluem:

  1. Enfoque na Misericórdia: Ele proclamou o Ano da Misericórdia em 2015, incentivando os católicos a praticar a compaixão e o perdão. Essa ênfase na misericórdia foi uma marca registrada de seu papado.
  2. Diálogo Inter-religioso: Francisco promoveu o diálogo com outras religiões, destacando a importância da paz e da colaboração mútua. Sua visita a mesquitas e sinagogas é um exemplo de seu compromisso com a unidade entre diferentes crenças.
  3. Abordagem sobre Sexualidade e Família: Com a exortação apostólica “Amoris Laetitia”, ele abordou questões familiares contemporâneas, defendendo uma abordagem mais pastoral e menos rígida em relação a casais divorciados e homossexuais.
  4. Envolvimento com a Juventude: O Papa Francisco organizou encontros mundiais de jovens, como a Jornada Mundial da Juventude, onde incentivou os jovens a se envolverem ativamente na Igreja e na sociedade.
  5. Sustentabilidade Ambiental: Com a encíclica “Laudato Si'”, ele destacou a responsabilidade da Igreja em relação ao meio ambiente, chamando a atenção para a crise climática e a necessidade de cuidar da criação.
  6. Reformas na Cúria Romana: Ele iniciou reformas significativas na administração da Igreja, buscando torná-la mais transparente e responsável, incluindo a criação de novas comissões e a reestruturação da Cúria.
  7. Abertura para a Comunidade LGBTQ+: Francisco fez declarações que indicam uma postura mais acolhedora em relação à comunidade LGBTQ+, enfatizando a dignidade de todas as pessoas e a necessidade de diálogo.

O Papa Francisco nos deixa e deixa um vazio maior do que a própria Igreja Católica.

Essas inovações refletem a visão do Papa Francisco de uma Igreja que se adapta às necessidades do mundo contemporâneo, promovendo amor, compaixão e inclusão.

Desde o início de seu pontificado em 2013, o Papa Francisco promoveu mudanças significativas na Igreja Católica, marcadas por um estilo mais simples, inclusivo e voltado à justiça social. Ele enfatizou uma “Igreja em saída”, mais próxima dos pobres, marginalizados e necessitados, rompendo com a imagem de uma instituição distante e rígida.

Uma das principais mudanças esteve na abordagem pastoral: Francisco priorizou o acolhimento em vez do julgamento, especialmente em temas sensíveis como homossexualidade, divórcio e questões familiares. Ele também incentivou um debate mais aberto dentro da Igreja, como se viu nos Sínodos sobre a família e a Amazônia.

No campo ambiental, sua encíclica Laudato Si’ reforçou a responsabilidade ecológica da Igreja, ligando a crise ambiental à desigualdade social. Além disso, o Papa buscou maior descentralização, concedendo mais autonomia às conferências episcopais locais.

Francisco também enfrentou com mais transparência os escândalos de abuso sexual na Igreja, implementando medidas mais firmes para responsabilização. Seu papado representou uma tentativa de tornar a Igreja mais acessível, compassiva e conectada com os desafios contemporâneos, sem abandonar os fundamentos da fé cristã.

Um abraço fraterno, Francisco. Descanse em paz e até breve!

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