A dura jornada de médicos e outros profissionais na Faixa de Gaza

A porta-voz da OMS, Margaret Harris, destaca a preocupação com a propagação de doenças nas comunidades afetadas pelo conflito na Faixa de Gaza. Harris enfatiza que a disseminação de doenças pode representar uma ameaça mais grave para pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, especialmente crianças, e poderia resultar em um número de mortes superior ao causado pelos bombardeios.
O alerta de Harris ressalta a importância crítica de atender às necessidades básicas de saúde nas regiões afetadas pela guerra, indicando que a falta de acesso a cuidados médicos, alimentos, água e saneamento pode levar a consequências devastadoras. A porta-voz expressa a preocupação de que, se essas necessidades mínimas de saúde não forem satisfeitas, a mortalidade devido a doenças poderá superar a provocada pelos ataques aéreos.

A avaliação rápida realizada pela OMS após o início das tréguas identificou a escassez de alimentos, água e saneamento como problemas de saúde graves em Gaza. Além disso, a falta de profissionais de saúde e a consequente ausência de consultas médicas foram apontadas como preocupações significativas. O uso de hospitais como abrigos civis, juntamente com a presença de destroços ao redor dessas instalações, também complica a prestação de cuidados médicos essenciais.
A Faixa de Gaza é um território de 41 km de comprimento e 10 km de largura entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo. A área, equivalente a um quarto da cidade de São Paulo, abriga cerca de 2,3 milhões de pessoas e é controlada desde 2007 pelo grupo extremista palestino Hamas.
Israel, por outro lado, controla o espaço aéreo sobre Gaza e a sua costa e restringe quem e quais mercadorias podem entrar e sair através das suas fronteiras.
Ao sul do território, o Egito também controla quem entra e sai através da sua fronteira com Gaza.
Cerca de 80% da população de Gaza dependem da ajuda internacional, segundo a ONU, e cerca de 1 milhão de pessoas dependem de ajuda alimentar diária.
O território foi tomado pelo grupo militante islâmico Hamas em 2007, um ano após o grupo ter vencido as eleições parlamentares locais.
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