Roberto Carlos ganha nova biografia

Por Fernando Rebouças*

No mês de abril de 2021, o rei da Música Popular Brasileira, Roberto Carlos, completou 80 anos de vida. Os principais meios de comunicação lembraram da data, de suas músicas e de todo o seu imenso arquivo na televisão brasileira.

Até hoje, Roberto Carlos é o único brasileiro a vencer o Festival de San Remo em 1968 com a música “Canzone Per Te” composta por Sergio Endrigo, período que marcaria a sua transição do rock da Jovem Guarda para a música romântica.

Para contar melhor a história musical de Roberto Carlos, a editora Todavia lança o livro “Roberto Carlos – Por Isso Essa Voz Tamanha”, uma biografia inédita escrita pelo jornalista Jotabê Medeiros.

O jornalista Jotabê Medeiros

Tive a oportunidade de conversar com o autor do livro e a seguir apresento a resumida entrevista que fiz com Jotabê sobre essa imperdível biografia já disponível nas livrarias do Brasil, nas lojas online e na Amazon.

Notícias em Português – Quando surgiu a ideia de escrever uma biografia sobre Roberto Carlos?

Jotabê Medeiros – Sempre sonhei em escrever uma biografia do Roberto, mas acontece que houve uma anterior, que foi recolhida das livrarias e trouxe muitos problemas. Não achei que haveria um editor que tivesse a coragem de publicar uma nova. Com a mudança da interpretação da lei de direitos de imagem pela Suprema Corte brasileira, ficou um pouco menos pantanoso escrever sobre o maior artista da música popular e, quando surgiu a chance, eu a agarrei.

Por que Roberto Carlos é considerado o Rei da MPB e um dos maiores cantores e compositores do mundo?

Roberto iniciou sua carreira simultaneamente ao desenvolvimento do rock’n’roll, em meados dos anos 1950. Ajudou a fazer a transposição dessa linguagem cultural para a especificidade brasileira. É um dos mais longevos artistas em atividade no mundo. Vendeu mais discos que os Beatles no Brasil. Tem uma carreira relevante também em todos os países vizinhos ao Brasil, com especial repercussão na Argentina, Colômbia e México. E, no Brasil, ao longo de 60 anos de carreira, relacionou-se com todos os artistas de diferentes esferas da música, influenciando todos eles.

Como Roberto Carlos é percebido fora do Brasil pelos ouvintes estrangeiros?

Ele tem muita aceitação entre o público de fala espanhola porque se dedica a turnês internacionais desde 1965. Também tem um grande público na Itália, por causa de suas participações em festivais e seus discos em italiano. No mundo de língua inglesa, é menor o efeito, embora ele tenha tentado conquistar esse público – gravou um disco em inglês em 1981.

Roberto Carlos havia relatado o projeto de publicar uma biografia escrita por ele mesmo. O seu livro foi plenamente autorizado para ser lançado?

A biografia que Roberto diz que escreverá de si mesmo já tem mais de 30 anos sendo feita, e é pouco provável que ele a conclua, em minha opinião. Mas, mesmo que isso aconteça, não implica no banimento de outros esforços, como o meu, de analisar e descrever a história dele. Meu livro não foi autorizado, mas Roberto foi informado de sua publicação.

Para você, qual é a música mais bonita e emotiva do Rei?

Eu creio que essa é sempre a pergunta mais difícil. Gosto de muitas, há repercussões emocionais diferentes. O Portão é uma das minhas preferidas, mas bonita e emotiva é a música que ele fez para o pai dele, que estava em vias de se despedir desse mundo: Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo.

* Fernando Rebouças é desenhista, publicitário e editor. Autor dos quadrinhos do Oi! O Tucano Ecologista (www.oiarte.com) e de Scriptah (www.scriptah.oiarte.com)

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