Marca de brasileira lança moda inclusiva na London Fashion Week
Por Marta Stephens
A SBShop, loja online e empresa de consultoria de moda inclusiva, marcou presença na programação da London Fashion Week com o lançamento de um filme, ocorrido no dia 20/09. Fundadora da marca, também conhecida pela carreira como tenista (ela representou o Brasil em três mundiais), a brasileira Samanta Bullock explica o conceito do vídeo:
“São 13 modelos, cada uma com uma diferença, que mostram o que já enfrentaram de negativo em suas vidas em virtude de suas imperfeições. Fizemos um amplo panorama, de pessoas com queimaduras na pele, amputadas, trans, com idade avançada, com diabetes, enfim, são seis minutos para mostrar que todos temos nossas individualidades.”
Samanta é uma voz importante em um setor ainda em formação, mas com sinais de crescimento. Estima-se um mercado consumidor de um bilhão de pessoas no mundo, com capacidade de movimentar US$ 3 trilhões por ano.
“É preciso ter um olhar para isso, entender mais sobre as necessidades desse mercado e saber que existe essa demanda”, diz Samanta. Além da curadoria das marcas de roupas inclusivas e universais à venda na loja online, a empresária presta também consultoria para adaptar produtos e negócios.
Algumas vezes, trata-se de uma adaptação simples como uma calça com cintura mais alta na parte de trás, um sutiã com abertura na frente ou vestidos com tecidos mais elásticos.
Claro, há também casos que exigem o uso do conceito de funcionalidade, com grandes adaptações. “Imagine um adulto paralisado que precisa ser vestido e trocado por cuidadores”, explica Samanta. “Nesses casos, meu trabalho é tentar adaptar as peças funcionais para uma cara mais comercial e não hospitalar.”
O conhecimento de Samanta é baseado na experiência própria de usar cadeira de rodas desde os 14 anos – o que não a impediu de tocar duas carreiras de sucesso internacional: como modelo e como atleta paraolímpica.
Foi como jogadora de tênis que Samanta conheceu o marido britânico, razão pela qual ela vive em Londres há 13 anos. “Eu adoro a vida aqui”, diz. No aspecto inclusão, a brasileira do Rio Grande do Sul diz que Londres tem problemas, mas há uma contínua melhora no quesito acessibilidade. “Comparado a países como Austrália e Suécia, ainda há muito a fazer.”
Sobre o Brasil, Samanta prefere nem comparar. “O Brasil não é muito adaptado”, conta. Mas é para onde a empresária viaja três vezes por ano. “Adoro Porto Alegre, Brasília e Goiânia.”