EM SANTA CATARINA, UMA BEBÊ DE 8 MESES É RETIRADA COM VIDA DO SEU PRÓPRIO VELÓRIO

O caso da bebê de oito meses que foi retirada do próprio velório em Correia Pinto, Santa Catarina, é um episódio que mistura tragédia, confusão e questões éticas sobre o atendimento médico. O incidente ocorreu no último fim de semana, quando familiares da criança notaram sinais que sugeriam que ela ainda estava viva, levando a uma série de eventos que culminaram em uma investigação pelo Ministério Público.A história começou na noite de quinta-feira, 17 de outubro, quando a bebê apresentou sintomas de uma virose e foi levada ao hospital. Após ser atendida, recebeu soro e medicamentos, sendo liberada. No entanto, na madrugada de sábado, a criança voltou a apresentar problemas de saúde e foi novamente levada ao hospital, onde o mesmo médico que a atendeu anteriormente declarou sua morte por volta das 3h.

A causa da morte foi inicialmente atribuída a asfixia por vômito, mas o atestado de óbito também mencionava desidratação e infecção intestinal bacteriana.Após a declaração de morte, o corpo da bebê foi liberado para o velório. Durante a cerimônia, familiares relataram que perceberam que a temperatura corporal da criança se mantinha e que o corpo não apresentava rigidez. Além disso, alguns parentes afirmaram ter visto a menina mexer os braços e as mãos dentro do caixão. Essa percepção levou a família a acionar um farmacêutico, o Conselho Tutelar e os bombeiros, que utilizaram um oxímetro infantil e um estetoscópio. Os profissionais constataram que a bebê apresentava batimentos cardíacos e saturação, embora em níveis baixos.A situação gerou uma grande confusão e preocupação, levando os bombeiros a transportar a criança novamente ao hospital. No entanto, após a realização de um eletrocardiograma, a equipe médica confirmou que não havia batimentos cardíacos, reiterando a declaração de morte.

Diante da gravidade do ocorrido, o Ministério Público de Santa Catarina abriu uma investigação para esclarecer as circunstâncias que cercaram a morte da criança. Um laudo cadavérico foi elaborado, e a Polícia Científica descartou a possibilidade de que a bebê tivesse apresentado sinais vitais reais durante o velório. O laudo indicou que a criança já estava morta antes da cerimônia, embora o documento permaneça sigiloso devido à idade da vítima.

O MP também aguarda a conclusão do laudo anatomopatológico, que deve identificar a causa da morte e verificar se houve falhas no atendimento médico inicial ou em qualquer outro momento do processo. A entrega desse laudo está prevista para ocorrer em um prazo de 30 dias. Esse caso levanta questões importantes sobre a precisão dos diagnósticos médicos, especialmente em situações tão delicadas como a morte de uma criança. A percepção de sinais vitais, mesmo que ilusórios, pode gerar um impacto emocional profundo nos familiares, além de evidenciar a necessidade de protocolos mais rigorosos para a declaração de morte. A tragédia que envolveu a bebê de Correia Pinto é um lembrete sombrio da fragilidade da vida e da importância de um atendimento médico cuidadoso e ético.

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