Jovens brasileiras no exército de Israel
Carolina Mendes, de 20 anos, natural do Ceará, mudou-se para Israel aos 14 anos para prosseguir seus estudos. Em conformidade com o alistamento obrigatório no país, e a oportunidade de obter a cidadania israelense para os alistados, ela ingressou no Exército Israelense. Atualmente, Carolina atua na equipe de resgate e estava de folga no dia 7 de outubro, quando ocorreu o ataque do Hamas a uma base militar na Faixa de Gaza.
Após concluir o 3º ano em Israel, Carolina teve a opção de retornar ao Brasil, mas optou por permanecer, considerando que já tinha duas irmãs, Bianca e Renata, no país. “Ela já está há quase dois anos no Exército”, relata a mãe de Carolina, Izabel Mendes.
Izabel compartilha que sua filha criou um grupo no WhatsApp para manter contato com a família e se comunica sempre que possível. “Em cada conversa, eu sempre digo ‘eu te amo’, é importante expressar sempre esse sentimento”, acrescenta a mãe.
“A gente brinca que a Carol testa o nosso coração o tempo inteiro. Ela podia servir cafezinho ou fazer qualquer serviço burocrático, mas ela não quis. Ela quis ser uma soldado e foi treinar para isso. Ela faz parte da equipe de resgate. Ela é chamada em qualquer terremoto muito grave, ela é chamada para fazer o resgate de vítimas debaixo de escombros”, relata Izabel.
Desde o início do conflito, Carolina tem se deslocado para outras bases militares. Izabel repassa as mensagens de que a filha se mostra bastante segura e determinada em defender o país. “Ela foi escolher ajudar, ela foi escolher estar na frente”, partilha a mãe de Carolina em mensagem de áudio.
O pai de Carol, Alessandro Barreto, afirma que admira a militar pela bravura: “Nem eu teria essa coragem”.
Outra brasileira no no exército de Israel
Outra brasileira, Sabrina Cherman, de 22 anos, está entre os mais de 360 mil reservistas convocados pelo exército de Israel para se juntar às tropas envolvidas na ofensiva contra a Faixa de Gaza, após o ataque do grupo fundamentalista islâmico Hamas no sábado (7/10).
Natural de Minas Gerais, a jovem mudou-se para Israel aos 14 anos de idade para cursar o ensino médio, serviu às forças armadas israelenses por três anos e achava que não voltaria ao posto de soldado.
Ela passou a servir o exército após concluir o ensino médio, ficou na instituição por três anos e conquistou o título de cidadã israelense. Há um mês ela deixou as Forças Armadas, mas foi convocada novamente.
A brasileira deve atuar na patrulha perto das vilas da fronteira, ajudar a resgatar pessoas feridas em helicópteros e outras tarefas que surgirem. A jovem diz acreditar que o confronto seja prolongado, sendo um dos mais longos. “Essa vai ser a guerra mais longa pela qual Israel vai passar”, afirma.
A soldada contou que o local onde vai ficar é perigoso e que três soldados foram assassinados, neste ano, durante um atentado de um grupo terrorista do Egito. Sabrina afirma que um dos maiores receios é sobre o que pode acontecer com seus amigos do exército.
“Um amigo meu foi [se apresentar] hoje, e eu tenho medo de falar tchau como se fosse a última vez. É triste saber que pode ser a última vez”, declarou.
Nas suas redes sociais, Sabrina declarou: “Estou bem e sou da reserva do exército. Rezem por Israel, somos a nação do Senhor. Mato e morro pelo meu país, não posso perder mais ninguém e não vamos. Somos mais fortes do que tudo. Obrigada a todos que me enviaram mensagens e demonstraram preocupação. Estamos vivendo momentos difíceis, mas acredito que tudo tem um propósito.”
Por: G1 / www.diariodepernambuco.com.br