Zelensky deverá encontrar-se com Papa Francisco no sábado
O Vaticano está a preparar um encontro entre o Papa Francisco e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a acontecer no próximo sábado, segundo fontes da Santa Sé citadas pela EFE.
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11/05/23 20:04 ‧ HÁ 1 HORA POR LUSA
MUNDO GUERRA NA UCRÂNIA
Até ao momento não há confirmação oficial sobre a hora e o local onde será realizada a reunião, que ocorre algumas semanas depois de Francisco ter recebido o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, em Roma.
Nas últimas semanas, o Vaticano envolveu-se nos esforços de paz na Ucrânia, especialmente depois de o seu secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, ter garantido que a missão para terminar o conflito anunciada pelo Papa Francisco “vai em frente” e revelado que “há notícias”, mas de “natureza reservada”.
A propósito das negações iniciais de Kiev e Moscovo após o anúncio do Papa sobre a existência da missão, Parolin especificou: “Eles não negaram, disseram que não sabiam de nada, mas depois houve contactos nos quais foi esclarecido por ambas as partes que foi sobre um mal-entendido”.
Anteriormente, o Papa, durante o voo de regresso da sua recente viagem a Budapeste, afirmou: “Estou pronto para fazer tudo o que precisa ser feito [pela paz na Ucrânia]. Além disso, agora há uma missão em andamento, mas não é ainda público. Vamos ver como… Quando for público, eu conto”.
Por sua vez, a assessoria de imprensa da Santa Sé explicou que durante os encontros que o primeiro-ministro ucraniano manteve em Roma “foram discutidos diversos temas relacionados com a guerra na Ucrânia, prestando especial atenção à questão humanitária e aos esforços para restabelecer a paz”.
Depois da reunião, Shmyhal afirmou em conferência de imprensa que discutiu com Francisco um plano de paz indicado pelo presidente Zelensky e “as possíveis medidas que o Vaticano poderia tomar para ajudar a alcançar a paz”.
“Pedi a ajuda do Vaticano e do Papa para a restituição das crianças que foram levadas à força pela Rússia e também convidei o Papa a visitar a Ucrânia”, disse na sede da Associação de Imprensa Estrangeira em Roma.
Zelensky também convidou o Papa a visitar o país, mas Francisco sempre respondeu que o fará quando puder ir também a Moscovo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 441.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números