Mariana Mortágua diz ser alvo de “perseguição política” por ser “lésbica”
Dando conta dos processos de que tem sido alvo, a deputada considerou que estas ações judiciais têm “um intuito muito claro, que é o desgaste público e político”
Por: www.noticiasaominuto.com
A deputada e candidata à liderança do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, assumiu, esta segunda-feira, ser alvo de “perseguição política” por ser uma “mulher de esquerda”, “filha de um resistente antifascista”, e uma “mulher lésbica”, ao recordar os processos judiciais de que tem sido alvo.
Antes de dar início ao seu espaço de comentário na SIC Notícias, que partilha com a ex-deputada do CDS Cecília Meireles, a bloquista lembrou que, no último ano, foram movidas três ações judiciais contra si, a mais recente das quais foi arquivada na passada sexta-feira.
“No último ano, se tanto, foram movidas três ações judiciais contra mim. Uma por Marco Galinha, dono do Jornal de Notícias e da TSF, porque identifiquei o seu sogro e sócio como sendo um oligarca russo, e duas outras ações por um membro destacado do Chega que, aliás, como curiosidade, convoca Marco Galinha como testemunha de acusação nestes processos”, salientou.
Contudo, e apesar do arquivamento dos processos, estas ações judiciais têm, na sua ótica, “um intuito muito claro, que é o desgaste público e político”, já que “a comunicação social vai dando nota que eles acontecem, mesmo que o seu desfecho seja o arquivamento”.
“Sei que este tipo pressão e perseguição política vai continuar e vai, até, subir de tom e de nível. Seja porque sou mulher, seja porque sou de esquerda, seja porque sou uma mulher lésbica, seja porque sou filha de um resistente antifascista, seja porque, aparentemente, tenho o dom de incomodar algumas pessoas com muito poder. Sei que, infelizmente, nos dias que correrem, para algumas pessoas vale tudo na política”, atirou, garantindo que está “preparada para tudo”.
“Vou continuar a ser quem sou e a fazer exatamente o meu trabalho como tenho feito até aqui”, rematou.
Recorde-se que o primeiro caso remonta a março de 2022, quando Mariana Mortágua deu conta de ligações de Marco Galinha a oligarcas russos, incluindo numa publicação no jornal ‘online’ do BE, Esquerda.net.
Na altura, em comunicado, o empresário repudiou as acusações e garantiu não ter “qualquer relação” com oligarcas russos.
Por seu turno, nos dois outros processos, a bloquista era acusada de violar o regime de exclusividade por fazer comentário político na SIC Notícias.
Em comunicado, o BE referiu entretanto que, “pela segunda vez, a Justiça decidiu que a queixa movida contra Mariana Mortágua não tem fundamento”, considerando que se confirma que “os queixosos e respetivos advogados [um candidato do Chega e outro quatro vezes condenado por burla] não conseguiram associar a Justiça a uma perseguição política”.