Relatório revela que, após a pandemia, muitos países ficaram mais ricos
De acordo com um relatório publicado pelo Credit Suisse Bank, enquanto muitos países aumentaram a sua riqueza após a pandemia do coronavírus, a Índia e a América Latina ficaram mais pobres.
Os Estados Unidos e a China foram alguns dos países que apresentaram a maior recuperação. Segundo o estudo, estes países têm actualmente os mesmos níveis de riqueza que tinham em 2019, antes da chegada do coronavírus.
Entretanto, na Índia e na América Latina, a riqueza diminuiu. A América Latina foi a “região com pior desempenho”, com um declínio na riqueza total de 11,4%, representando aproximadamente US$ 1,2 trilhões.
Da região, as principais economias, Brasil, México e Chile, foram reportadas como tendo graves impactos económicos. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu significativamente no Brasil e no Chile em 11%; enquanto no México a queda foi de 18,1%.
De facto, o México e o Brasil foram alguns dos países que perderam mais milionários durante a pandemia. No país asteca, em 2019 havia 274 mil pessoas com mais de um milhão de dólares, em 2020 este número foi reduzido para 264 mil.
Estes resultados variam especialmente devido às decisões tomadas por cada um dos governos para lidar com a crise, mas foi determinado que “a riqueza global total cresceu 7,4% e a riqueza por adulto aumentou 6%”.
Outro factor que apresentou alterações em 2020 foi o aumento da poupança não planeada e isto foi associado às baixas taxas de juro; devido a isto houve um ressurgimento em todo o mercado imobiliário durante o segundo semestre de 2020. Isto contribuiu com 28,7 trilhões de dólares para a riqueza global das famílias durante o ano.
O relatório revelou também que o maior impacto nos mercados globais ocorreu no primeiro trimestre de 2020, tendo-se perdido cerca de US$ 17,5 trilhões “da riqueza das famílias” a nível mundial.
Isto mudou radicalmente no segundo semestre de 2020, quando as ações começaram a subir, atingindo um nível recorde no final do ano.
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Michelle Bachelet, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, afirmou em Genebra que “a pobreza extrema, a desigualdade e a injustiça estão a aumentar”. Falou também da importância de encontrar uma solução clara para a crise pandémica e que “o não cumprimento das obrigações de direitos humanos minou a resiliência dos sistemas de saúde, bem como os esforços de preparação, resposta e recuperação face a emergências sanitárias”.
Finalmente, o Banco prevê que, até 2025, os países emergentes se tornarão mais ricos do que os países desenvolvidos. Um exemplo disto é que dentro de cinco anos, o número de milionários na América Latina aumentará em 68%.