25 DE ABRIL E OS CRAVOS DA LIBERDADE E DA REVOLUÇÃO PORTUGUESA.
AINDA FAZEM DA FLOR SEU MAIS FORTE REFRÃO E ACREDITAM NAS FLORES VENCENDO O CANHÃO
O dia 25 de abril é uma data de grande significado histórico para Portugal, marcando o ponto de virada decisivo na transição do país de um regime ditatorial para uma democracia. A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, foi um evento transformador que desencadeou mudanças profundas na sociedade portuguesa.
Neste dia, em 1974, um movimento militar liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) depôs o regime ditatorial do Estado Novo, que havia sido vigente desde 1933. Os capitães e oficiais que lideraram o movimento, muitos dos quais veteranos da Guerra Colonial, contaram com o apoio maciço da população portuguesa, que há muito ansiava por liberdade e mudança.
O golpe foi realizado com surpreendente eficácia, resultando em poucas baixas civis em comparação com a magnitude do evento. A reação do regime foi praticamente inexistente diante da adesão popular ao movimento, levando à deposição do governo ditatorial e à formação da Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes do Estado.
O período que se seguiu à revolução, conhecido como Processo Revolucionário em Curso (PREC), foi marcado por intensa agitação social, política e militar. Houve manifestações, ocupações, nacionalizações e confrontos, culminando no 25 de novembro de 1975, quando as forças moderadas prevaleceram sobre as extremistas, consolidando a estabilidade política.
A Assembleia Constituinte trabalhou para elaborar uma nova constituição democrática, que entrou em vigor em 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Este marco histórico é celebrado em Portugal como o “Dia da Liberdade”, um feriado nacional que celebra a conquista da democracia e os valores de liberdade, igualdade e justiça que a Revolução de 25 de Abril representou para o país.
“A Celeste dos Cravos
E qual é a história do cravo no 25 de Abril? Celeste Martins Caeiro nasceu a 2 de maio de 1933 e ficou conhecida como a Celeste dos Cravos, por ter distribuído os cravos que deram a cor e o nome à Revolução de 25 de abril de 1974 – a Revolução dos Cravos.
Em 1974, Celeste Caeiro tinha 40 anos e vivia num quarto que alugara no Chiado. Trabalhava num restaurante na Rua Braancamp em Lisboa. O Franjinhas, era o primeiro restaurante “self-service” de Lisboa. Naquele dia comemorava o seu primeiro aniversário de inauguração e, por isso, haveria uma festa onde não podiam faltar flores. Seriam oferecidos cravos às senhoras, e um Porto aos cavalheiros. Mas a revolução que estava a decorrer alterou os planos e quando chegou ao trabalho, Celeste encontrou a porta fechada. Por isso, o restaurante não iria abrir. Então todos os trabalhadores voltaram para casa com um molho dos cravos vermelhos e brancos que já não iriam distribuir.
Revolução dos Cravos. Dei-lhe um cravo…
A caminho de casa, Celeste aproximou-se de um dos tanques militares que aguardavam novas ordens de Salgueiro Maia e perguntou o que se passava a um militar que lhe respondeu “Vamos para o Carmo para deter o Marcelo Caetano. Isto é uma revolução!” . Um militar pediu-lhe um cigarro, mas Celeste não era fumadora e tudo o que tinha para lhe dar era um dos cravos que tinha trazido do restaurante. Então, o militar aceitou a flor e colocou-a no cano da espingarda. Em seguida, os companheiros seguiram-lhe os passos e Celeste distribuiu todos os cravos que levava nos braços.
Um gesto humilde e insólito, um símbolo de liberdade que deu a volta ao mundo. Se Celeste fosse fumadora, teria oferecido cigarros e a história teria sido escrito de maneira diferente.”
Com: https://www.interflora.pt