De forma irresponsável a Rússia ataca silos de cereais no porto de Odessa. Atinge a Ucrânia e pode provocar crise alimentar global

Josep Borrell, o representante da União Europeia para a Política Externa, expressou preocupação com a postura irresponsável da Rússia ao atacar os silos de cereais no porto de Odessa, o que pode resultar em uma crise alimentar global.

Segundo Borrell, a Rússia bombardeou a infraestrutura portuária de Odessa (Mar Negro) e destruiu os silos de cereais, resultando na queima de 60 mil toneladas de grãos. Além disso, a Rússia abandonou o acordo de exportação de cereais ucranianos, agravando a situação. O representante da UE alertou que se esses grãos não forem armazenados e continuarem sendo destruídos, uma escassez global de alimentos, especialmente cereais, pode ocorrer.

Borrell anunciou que os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia terão uma videoconferência com o homólogo ucraniano, Dmitri Kuleba, para abordar a questão. As autoridades ucranianas atribuem os ataques à infraestrutura portuária à saída da Rússia do acordo de exportação de cereais.

Para que a Rússia volte ao pacto, ela exige o fim das sanções sobre a exportação de cereais e fertilizantes russos para os mercados internacionais, bem como a eliminação dos obstáculos impostos aos bancos russos e a reintegração imediata no sistema de transferências bancárias SWIFT.

Em resposta aos ataques russos, Borrell defende que a União Europeia reforce o apoio militar à Ucrânia para ajudá-la a se defender. Discute-se atualmente a aplicação de 20 mil milhões de euros para armamento destinado à Ucrânia nos próximos anos.

Borrell ressaltou que o apoio à Ucrânia deve ser contínuo e estrutural, com uma visão de longo prazo. Sua proposta de apoio a Kiev será debatida nos próximos meses e requer aprovação dos 27 países da União Europeia.

Uma fonte diplomática ironizou que, se a pergunta sobre o apoio militar foi dirigida aos ministros dos Negócios Estrangeiros, a resposta será mais positiva do que se fosse feita aos ministros das Finanças. A reunião em Bruxelas será um momento crucial para abordar essa questão preocupante.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *