Melhorar o atendimento é um processo contínuo, diz cônsul-geral de Portugal em Londres
A poucos meses do fim do prazo para adesão ao status de permanência pós-Brexit, a cônsul-geral de Portugal em Londres Cristina Pucarinho diz que a maioria dos portugueses já submeteu o pedido ou recebeu o novo status, mas há ainda na comunidade os que não o fizeram. Nesta entrevista, concedida por telefone, Cristina fala das ações que estão sendo tomadas para alcançar essas pessoas. Ela também fala da adesão dos portugueses à campanha de vacinação no Reino Unido e do que tem sido feito para melhorar o atendimento da rede consular. “Foram introduzidas medidas muito importantes, como a opção de remessa do cartão do cidadão pelos correios, desonerando as pessoas de uma nova ida ao consulado para levantar o documento”, diz.
Notícias em Português – Como avalia a adesão da comunidade portuguesa ao programa de vacinação?
Cristina Pucarinho – Encorajamos a adesão dos portugueses desde o começo do programa de vacinação. O programa do Reino Unido é o mais avançado da Europa e um dos maiores do mundo. Então é importante que a comunidade portuguesa tire proveito disso. Sei que há um engajamento muito bom da comunidade portuguesa, que tem se informado via Portugal e também no Reino Unido. Nos dois países, as campanhas são esclarecedoras e baseadas em comprovações científicas. Não creio que a comunidade se deixe influenciar por falsas informações. Quando me dizem que têm receio em tomar vacina, respondo que devemos recear mesmo é o vírus.

Ainda há portugueses que não solicitaram o status de permanência no Reino Unido?
Pelos números que temos, sabemos que a maioria dos portugueses já submeteu o pedido ou recebeu o novo status, mas há ainda na comunidade os que não o fizeram. Há muitas campanhas em curso, algumas mantidas pela União Europeia com estados-membros. Cartas estão sendo remetidas e há também um trabalho de aproximação com home cares. Há um número de ONGs a prestar apoio aos grupos vulneráveis, porque imaginamos que alguns deles podem ter dificuldade para acesso ao meio digital, por exemplo.
Ainda sobre efeitos do Brexit, residentes com atividade fiscal em Portugal, mas que já aderiram à morada única digital, serão multados se não nomearem um representante fiscal até 30/06?
Há mais impacto do Brexit na vida da comunidade portuguesa que ainda não conhecemos?
Mesmos os ingleses continuam se surpreendendo com os efeitos do Brexit. Mas penso que os portugueses estão globalmente bem-informados. É preciso manter-se atento ao que é publicado pelas autoridades britânicas e pelas autoridades portuguesas. Estamos informando sistematicamente.
Entre nossos leitores, reclamações sobre o atendimento na rede consular são comuns. Onde está o problema no sistema?
Eu percebo que as reclamações possam tratar da velocidade do serviço. Eu gostava de usar esta oportunidade para falar do muito que tem sido feito para melhorar o atendimento consular. Desde a criação do centro de atendimento do Reino Unido, localizado em Lisboa, ao esforço em recursos humanos, melhoria do website. Enfim, um processo contínuo. Nada consegue-se da noite para o dia. Recebemos notas de reclamação, é verdade, mas também recebemos muitas notas de agradecimento. Mas, no último ano, a pandemia teve um impacto enorme, com aumento no tempo de espera. É importante ter isso em mente ao solicitar um serviço consular com um prazo de uma, duas semanas. Lembro que durante todo este longo confinamento, o consulado esteve aberto, embora com restrições. Foram introduzidas medidas muito importantes, como a opção de remessa do cartão do cidadão pelos correios, desonerando as pessoas de uma nova ida ao consulado para levantar o documento.
Mesmo documentos já emitidos podem ser enviados pelos correios?
Sim. Durante a pandemia, houve um grande acúmulo de documentos, que não foram levantados e permanecem aqui há meses. Agora, é possível acessar um formulário pelo nosso website, que deve ser preenchido e submetido eletronicamente. Depois é só fazer uma transferência bancária e enviamos o documento. Isso está em vigor desde 23 de março.

Como a senhora avalia a integração da comunidade portuguesa no Reino Unido?
É uma comunidade muito bem integrada sim, dispersa por todo Reino Unido e pelas ilhas no canal. Estimamos entre 350 e 400 mil portugueses residentes no Reino Unido. Uma comunidade pacífica, com alguma criminalidade, mas em números insignificantes. Não considero uma comunidade fechada. Há grupos e associações que promovem encontros regulares da comunidade, mas não acho que isso os afaste da sociedade britânica, ou que represente segregação comunitária. Acredito que funcione mais como uma rede de apoio. A Inglaterra é um país com mercado laboral dinâmico, perto do pleno emprego, e vejo que os portugueses conseguem ascender profissionalmente, ainda que não logo nos primeiros anos.
Também pode interessar:
Se a excelentissima tivesse Uma onca De verginha , ja se thina dimitido a anos … O Consulado de Portugal continua Uma tristeza em materia de servicos … Nada mudou em 23 anos , POIs enquanto nao houver responsibilities e consequencias pla falta das mesmas , nunca nada Vai mudar …
A vergonha Portuguese continua …