Portugueses em UK pedem voto postal nas eleições presidenciais de janeiro

Imagem: Pixabay

O movimento “Também somos portugueses”, lançado no Reino Unido em favor do voto postal para as eleições presidenciais portuguesas, que se realizarão a 24 de janeiro, ganhou o apoio do Partido Social Democrata (PSD). “O partido está totalmente de acordo e vai avançar com uma proposta”, diz Paulo Costa, do grupo Emigrantes Unidos, responsável pela campanha.

O grupo enviou um relatório à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e ao Ministério da Administração Interna. O documento mostra que nas eleições europeias ocorridas em 26 de maio, quando apenas o voto presencial foi permitido, foram contabilizados apenas 13.700 votos entre portugueses emigrados. Já nas eleições legislativas de 6 de outubro, quando o voto pelos correios foi autorizado, 158.252 votaram. Mais de dez vezes superior, mas ainda bem abaixo dos 1,4 milhões de eleitores portugueses no mundo, segundo o censo de 2018.

“Estou esperançoso”, diz Costa, ainda que consciente que esta é também uma batalha contra o tempo. Faltam menos de dois meses para as eleições presidenciais e o projeto precisa ser apresentado e votado na Assembleia da República. Com o compromisso do PSD de apresentar o projeto, o grupo Emigrantes Unidos trabalha agora para ter o apoio de outros partidos.

“O Parlamento não é muito rápido”, explica Costa. “Mas o presidente da Assembleia da República pode chamar uma conferência dos líderes de todos os partidos e fazer alterações na agenda.”

Também somos portugueses

O movimento “Também somos portugueses” surgiu da constatação de que “a utilização exclusiva do voto presencial não serve os portugueses no estrangeiro”. No Reino Unido há apenas dois consulados de Portugal, um em Londres e outro em Manchester. “Imagine alguém que mora na Escócia e precisa viajar até Manchester para votar”, explica Paulo Costa. “Além do custo da viagem, por causa da pandemia não sabemos quais serão as restrições de deslocamento em janeiro.”

O relatório apresentado pelo grupo também enumerou as falhas ocorridas na votação para as eleições legislativas de 06 de outubro. A primeira delas: o porte era pago e os envelopes não traziam informações claras do modo de envio, o que causou muitos transtornos aos eleitores.

Outro problema indicado pelo grupo foi a exigência de que o voto fosse enviado com uma cópia do Cartão do Cidadão. “São falhas que podem ser resolvidas”, acredita Costa, que tem reunião na sexta-feira (27/11) com representantes do Partido Socialista.

O apoio do PS significará obter aprovação da maioria da Assembleia. Um passo decisivo para assegurar que todos os portugueses, no Reino Unido e em outros países, possam usar os correios para votar nas eleições presidenciais portuguesas de 2021.

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