Como seria o mundo gerido por robôs?
Na conferência da ONU realizada na sexta-feira, 7, robôs humanoides alimentados por Inteligência Artificial (IA) fizeram declarações surpreendentes sobre seu potencial de administrar o mundo de forma mais eficiente do que os humanos. Esses avançados robôs, considerados alguns dos mais sofisticados do mundo, destacaram a importância de ter cautela em relação à IA e admitiram que ainda não têm controle sobre as emoções humanas.
Essa discussão ocorreu durante a Cúpula Mundial sobre IA para o Bem, conhecida como “AI for Good Global Summit”, organizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), uma agência especializada em tecnologia das Nações Unidas. O evento reuniu mais de 3.000 participantes, incluindo os referidos robôs, para discutir os impactos e benefícios da IA no contexto global.
A presença desses robôs avançados na conferência destaca o avanço contínuo da IA e sua crescente influência em diversos setores da sociedade. Enquanto eles expressaram sua capacidade de administrar o mundo de forma mais eficiente, é importante considerar o equilíbrio entre a inteligência artificial e a sabedoria humana, bem como as questões éticas e a necessidade de garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.
A discussão sobre a IA e seu papel futuro continua a evoluir, e eventos como a Cúpula Mundial sobre IA para o Bem fornecem um espaço para compartilhar conhecimento e explorar como a IA pode ser usada de maneira benéfica para a sociedade global.
Durante a cúpula, especialistas, líderes e representantes de empresas discutiram a necessidade de estabelecer normas que garantam o uso positivo dessas novas tecnologias em benefício da humanidade, como no combate à fome e às mudanças climáticas.
Antes do início da coletiva de imprensa, um dos robôs expressou a tensão no ar com um comentário: “Que tensão neste silêncio!” A coletiva foi realizada exclusivamente em inglês.
Quando questionada sobre sua capacidade de governar o mundo, Sophia, um robô desenvolvido pela Hanson Robotics, respondeu afirmando que “robôs humanoides podem liderar com mais eficiência do que governantes humanos”. Ela acrescentou que os robôs não têm os mesmos preconceitos ou emoções que às vezes podem afetar a tomada de decisões humanas, além de serem capazes de processar grandes quantidades de dados rapidamente para tomar as melhores decisões.
Essas declarações destacam o avanço das tecnologias de IA e a confiança que alguns robôs têm em sua capacidade de liderança. No entanto, é importante lembrar que a governança e a tomada de decisões envolvem não apenas a eficiência, mas também considerações éticas, valores humanos e a necessidade de inclusão e diversidade nas decisões que afetam a sociedade como um todo. O diálogo entre especialistas, empresas e governos é fundamental para estabelecer diretrizes que garantam o uso responsável e benéfico dessas tecnologias emergentes.
Dotada de um rosto sintético inspirado na atriz Audrey Hepburn, de Bonequinha de Luxo, e na esposa de seu criador, David Hanson, Sophia foi ativada em 2015 e é capaz de muitas expressões faciais e de pescoço. Além disso, ela possui uma tecnologia que possibilita deixá-la “mais inteligente” ao vivenciar experiências.
O cérebro de Sophia contém uma plataforma de pesquisa em inteligência artificial, um programa robô que recita frases pré-carregadas e um “Chatbot”, software que faz com que ela olhe para pessoas, ouça o que dizem e escolha uma resposta apropriada.
A inteligência artificial tem o potencial de acelerar o progresso nas metas de desenvolvimento global, mas também apresenta uma série de desafios complexos, incluindo questões éticas, questões de direitos humanos e riscos de segurança, disseram palestrantes em um evento das Nações Unidas hoje que contou com um robô como um dos palestrantes.Um momento que atraiu muitos aplausos durante o evento de um dia, ‘
O Futuro de Tudo – desenvolvimento sustentável na era da rápida mudança tecnológica’, aconteceu quando Sophia, um robô humanóide, teve uma breve interação com a subsecretária-geral da ONU, Amina J. Maomé.À pergunta da Sra. Mohammed sobre o que a ONU pode fazer para ajudar as pessoas em muitas partes do mundo que não têm acesso à Internet ou eletricidade, Sophia disse que “o futuro já está aqui. Só não é distribuído de maneira muito uniforme […]”, citando o renomado escritor de ficção científica William Gibson. “Se formos mais inteligentes e focados em resultados do tipo ganha-ganha, a IA [inteligência artificial] pode ajudar a distribuir com eficiência os recursos existentes no mundo, como alimentos e energia.”Sophia é o robô mais recente e avançado da Hanson Robotics. Sophia também se tornou uma sensação da mídia, tendo dado inúmeras entrevistas para vários meios de comunicação, se apresentado em shows e até mesmo estampado na capa de uma das principais revistas de moda.
Em seu discurso de abertura a Sra. Mohammed alertou que, apesar do profundo potencial para acelerar o progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
ODS, se o progresso tecnológico não for bem administrado, corre o risco de exacerbar as desigualdades existentes. “A influência da tecnologia em nossas sociedades deve ser determinada pelas ações de nós, humanos, não por máquinas”, disse ela. “A tecnologia está aqui para explorarmos e usarmos para o benefício de todos.”A reunião foi co-organizada pelo Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) e o principal órgão econômico e financeiro da Assembleia Geral da ONU
A presidente do ECOSOC, Marie Chatardová, disse que as consequências de longo prazo das profundas mudanças tecnológicas em curso, para economias e sociedades em geral, são desconhecidas. “Estamos apenas começando a ver os benefícios, mas precisamos avaliar os riscos dessas tecnologias”, disse ela. Sven Jürgenson, da Estônia, segundo presidente do comitê, disse que as soluções baseadas em IA estão levando a sociedade digital de seu país para o próximo nível. Ele disse que o governo está trabalhando em uma estrutura legal e de gerenciamento de riscos cibernéticos para o uso de veículos totalmente autônomos em estradas e condições regulares de tráfego. E o transporte robótico de porta em porta irá remodelar a forma como as mercadorias são enviadas e entregues localmente.“Hoje, o acesso à Internet é um direito social na Estônia. Todo residente da Estônia tem uma identificação eletrônica e quase todos os serviços públicos são acessíveis online, incluindo o i-Voting nas eleições parlamentares da Estônia”, disse ele.“O desenvolvimento da e-Estônia não aconteceu em um dia – levamos 17 anos para começar a mudar a legislação e criar nossas primeiras soluções eletrônicas”, acrescentou.
Fonte: UN Neww Center