Equador busca apoio dos Estados Unidos para combater o crime organizado

O Equador enfrenta sua mais severa crise de segurança na história, levando o governo local a solicitar assistência aos Estados Unidos para combater o narcotráfico. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, propõe também um aumento no Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para financiar as operações de combate às gangues criminosas. Essa medida é tomada em meio a um significativo aumento da violência, exemplificado pela invasão de uma emissora de TV, a tomada de 178 funcionários de uma prisão como reféns, o sequestro de policiais e, lamentavelmente, o assassinato do promotor de justiça encarregado do caso.
César Suárez, promotor equatoriano encarregado da investigação contra o crime organizado transnacional na província de Guayas, uma das áreas mais violentas do Equador e local de um ataque à TC Televisión em Guayaquil, foi assassinado na quarta-feira, 17.
César Suárez era um importante promotor antimáfia (Foto: Fiscalía General del Estado Ecuador/Divulgação)
Esses incidentes parecem ser uma reação das gangues aos planos de Noboa para enfrentar a terrível situação de segurança. Desde que assumiu o cargo em novembro, o presidente declarou estado de emergência e classificou 22 gangues como organizações terroristas.
Autoridades dos Estados Unidos estão programadas para visitar o Equador em meio a essa onda de violência. Reféns foram libertados com a ajuda da Igreja Católica e da Cruz Vermelha, enquanto operações estão em andamento para libertar outros mantidos em pelo menos sete prisões. No entanto, a falta de informações sobre a situação dos reféns gerou críticas por parte de suas famílias e sindicatos.
A crise de segurança se agravou diante dos sérios problemas econômicos do país, que enfrenta questões de liquidez interna, opções limitadas de financiamento externo e uma considerável dívida externa. O presidente Noboa propõe um aumento de três pontos percentuais no IVA, elevando-o para 15%, com o objetivo de arrecadar mais de 1,3 bilhão de dólares anualmente. Esse incremento seria direcionado ao financiamento de armamentos, equipamentos para as forças de segurança, melhorias no sistema penitenciário e pagamentos aos governos regionais.
As forças armadas intensificaram as operações em várias províncias, detendo membros de gangues e apreendendo armas, conforme anunciado nas redes sociais. O governo atribui a deterioração da situação de segurança ao aumento do tráfico de drogas pelo Equador, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, principais produtores de cocaína, transformando-o em um ponto crucial de embarque de drogas.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 11, uma iniciativa crucial no combate ao crime organizado no Equador.

A general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA, acompanhada por altos funcionários antinarcóticos e diplomáticos, será despachada ao Equador para discutir estratégias de combate com o governo do presidente Daniel Noboa.
Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado, ressaltou a gravidade da situação no Equador, caracterizada por “níveis atrozes de violência e terrorismo perpetrados por elementos narcocriminais que visam civis inocentes”. Ele enfatizou a preocupante condição de “mais de 100 guardas penitenciários mantidos como reféns”.
O governo do presidente americano Joe Biden, manifestando profunda preocupação, tem condenado as ações violentas de mais de 20 gangues de narcotráfico no Equador.
Fonte: CNN