Presidente português dissolve Parlamento antes das eleições antecipadas em março

Marcelo Rebelo de Sousa

A situação política em Portugal atingiu um ponto crítico, resultando na dissolução do Parlamento pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa e na convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março. Esse desdobramento acontece após a renúncia, em novembro, do então primeiro-ministro socialista António Costa, em meio a uma crise política que começou no mesmo mês.

A crise teve origem em uma série de detenções que levaram à acusação formal do chefe de Gabinete de Costa e do ministro das Infraestruturas em um caso de tráfico de influências. O Ministério Público indicou que o próprio António Costa seria alvo de uma investigação separada. Diante disso, Costa anunciou sua renúncia, afirmando que não se candidataria a outro mandato.

As especulações sobre seu possível envolvimento em um caso de prevaricação, uma infração cometida por um funcionário eleito que usa suas funções para beneficiar ou prejudicar alguém, acrescentam complexidade à crise política. O Partido Socialista, mesmo liderando as pesquisas, optou por nomear Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral em dezembro, buscando uma liderança renovada diante dos desafios políticos enfrentados pelo país.

O desenrolar desses eventos revela uma conjuntura política sensível em Portugal, que agora se prepara para eleições legislativas antecipadas, enquanto a nação busca estabilidade e liderança diante dos desafios políticos e institucionais em curso.

O presidente alegou que, antes de bater o martelo pela dissolução do Parlamento, ouviu todas as lideranças dos partidos com assentos na Assembleia da República, e a maioria se mostrou favorável à antecipação das eleições. No Conselho de Estado, com o qual ele se reuniu antes do pronunciamento à nação, houve empate entre manter tudo como está, apenas buscando um substituto para Costa, e dissolver a Assembleia, situação, que ocorrera no passado. Prevaleceu, portanto, a posição pessoal de Rebelo de Souza.

Crise poderia ser pior

Durante o discurso, o presidente elencou uma série de motivos para sua decisão. O primeiro, destacou, foi a natureza do voto nas últimas eleições, muito personalizadas no primeiro-ministro, com base na própria liderança dele, que resultou em esmagadora vitória. O segundo, a fraqueza da formação do governo, que, mesmo com maioria no Parlamento, não seria legitimado pelo voto popular se o chefe do governo fosse outro. O terceiro, o risco verificado no passado de a fraqueza do governo redundar num mero adiamento da dissolução para um momento pior, com situação mais crítica e desfecho mais imprevisível.

Fonte: www.folhape.com.br / www.correiobraziliense.com.br

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