A tragédia ocorrida na Austrália Ocidental, onde mais de 50 baleias-piloto ficaram encalhadas em uma praia próxima a Albany, ainda não teve sua causa esclarecida. No entanto, a natureza social dessas baleias pode ter sido um fator determinante, levando-as a seguir seus companheiros de grupo com destino à morte.
Os esforços para lidar com essa situação crítica envolveram a mobilização de especialistas do Serviço de Parques e Vida Selvagem do estado, juntamente com a valiosa colaboração de voluntários que se dispuseram a trabalhar durante a noite, enfrentando temperaturas frias para monitorar a situação das baleias.
Infelizmente, na manhã seguinte, na quarta-feira, foi confirmado que 51 desses magníficos animais perderam suas vidas no incidente. O motivo exato por trás do encalhe permanece desconhecido, e a comoção causada por essa tragédia serve como um lembrete da importância contínua da pesquisa e conservação de espécies marinhas vulneráveis como as baleias-piloto. Somente através do estudo aprofundado de seu comportamento e habitat é que poderemos tomar medidas eficazes para evitar futuros desastres como este.
Para salvar as outras 46 baleias, os voluntários, vestidos com fatos de mergulho, foram vistos a ajudar diligentemente as baleias em dificuldades na praia, hoje de manhã.
O encalhe de baleias é um evento recorrente em várias partes do mundo, e a Austrália já teve casos semelhantes no passado. As baleias-piloto de barbatana longa são conhecidas por sua tendência a encalhar em massa, e os motivos para esse comportamento ainda não são completamente compreendidos.
Quando ocorrem encalhes de baleias, equipes de especialistas, voluntários e autoridades locais geralmente se mobilizam para tentar resgatar os animais encalhados e devolvê-los ao mar. Isso envolve esforços para mantê-los molhados e, assim, minimizar os danos e ajudá-los a respirar até que possam ser reflutuados com segurança.
Os especialistas veterinários geralmente examinam as baleias encalhadas para avaliar seu estado de saúde e determinar se há alguma condição subjacente que possa ter levado ao encalhe em massa. Infelizmente, nem sempre é possível salvar todas as baleias, e algumas acabam morrendo devido ao estresse e à exaustão resultantes do encalhe.
Esses eventos enfatizam a importância da conservação marinha e da pesquisa contínua sobre o comportamento das baleias. A compreensão desses padrões pode ajudar a tomar medidas preventivas para minimizar os encalhes no futuro.
É essencial que a sociedade continue a apoiar esforços de conservação, educação e proteção da vida selvagem para garantir a sobrevivência dessas espécies e manter o equilíbrio dos ecossistemas marinhos.
Peter Hartley, que supervisionava as operações de resgate, afirmou que as baleias-piloto estavam sendo monitoradas por especialistas e, assim que se recuperassem, seriam levadas por voluntários em caiaques ao alto mar.
“Estavam todos otimistas: disse Hartley, acrescentando que a situação é “altamente estressante” para as baleias e para os voluntários e especialistas que participam da operação de resgate. Ver os cetáceos morrendo aos poucos sem poder fazer algo para salvá-los, é mesmo deprimente.
As baleias-piloto são cetáceos e fazem parte do grupo de golfinhos, ainda que comumente chamadas de baleias por causa do tamanho – a espécie pode chegar a sete metros de comprimento.
O governo local comunicou que o departamento de Parques e Meio Ambiente recebeu centenas de ofertas de ajuda, mas que já contava com vários voluntários e, portanto, a população deveria evitar a praia para não estressar ainda mais o grupo. “Na área de resgaste há vários riscos, incluindo baleias-piloto grandes, angustiadas e possivelmente doentes, tubarões, maquinaria pesada e barcos”, escreveu em comunicado.
Trata-se de um fenômeno comum na Austrália e na Nova Zelândia. Em outubro de 2020, cerca de 500 baleias-piloto morreram após encalhar nas Ilhas Chatham, um arquipélago neozelandês.
Os cientistas não souberam explicar o motivo do encalhe em Cheynes, mas apontam que o incidente pode ter ocorrido devido ao fato de a espécie se aproximar demais da costa para se alimentar.
Mais de 50 baleias-piloto encalharam no último dia 16 em uma praia na ilha de Lewis e Harris, na Escócia. A maior parte do grupo morreu. Na ocasião, a ONG British Divers Marine Life Rescue (BDMLR, na sigla em inglês), que atua no resgate de animais marinhos, disse que a espécie é notória pelos fortes laços sociais. Muitas vezes, quando uma baleia-piloto enfrenta dificuldades e encalha, as demais a seguem e também podem acabar presas, disse a organização.