Carmem Miranda. A pequena notável!
Carmen Miranda, nascida em Portugal e criada no Brasil, foi uma artista de imenso talento e conquistou a imaginação e o coração do mundo. Já famosa na América do Sul, em 1939 é descoberta por Lee Schubert que a leva para os EUA, onde permanece como a mais famosa brasileira a conquistar as telas do cinema.
No dia 13 de abril, a Embaixada do Brasil organizou a exibição do filme CARMEN MIRANDA: BANANAS IS MY BUSINESS (1994), bem como uma Q&A com a cineasta pioneira Helena Solberg e o produtor David Meyer. O evento começa a nova temporada do nosso clube de cinema, agora renomeado para CINECLUB HELENA SOLBERG. Veja o nosso site para se manter atualizado com o nosso incrível programa futuro!
O documentário “Carmen Miranda: Bananas is my business” (1995), de Helena Solberg, que é parte do acervo da Cinemateca do MAM, está disponível gratuitamente na plataforma pública SPCine Play. Helena Solberg, que está hoje com 81 anos, iniciou sua carreira no cinema em 1966 com o curta-metragem documental “A entrevista”, eleito no ano passado o 9º melhor curta brasileiro de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema. “Era um filme sobre a minha formação burguesa, eu queria examinar quem eu era”, contou Helena em entrevista de 1995 disponível no site do CPDOC da FGV. Nos anos 1970, Helena Solberg passou a residir nos EUA, onde viveu por mais de trinta anos e realizou 11 documentários para emissoras de TV como o Public Broadcasting Service (PBS) e Corporation for Public Broadcasting (CPB).
“Carmen Miranda, Bananas is my business” é considerado um dos clássicos do período da retomada do cinema brasileiro. O filme foi eleito Melhor Documentário no Festival de Brasília, Festival de Havana, Festival de Cinema do Uruguai, Festival Internacional de Cinema de Chicago e Encontro Internacional de Cinema de Portugal. O filme, uma “biografia afetiva”, segundo a diretora, marcou o retorno ao país de uma das pioneiras do cinema feminino brasileiro e é uma das mais completas investigações sobre a pessoa e sobre o fenômeno cultural mundial Carmen Miranda (1909-1955). Misto de docudrama, biografia e busca em primeira pessoa, o relato antecipa tendências que se firmariam no campo do documentário nas décadas seguintes.
“Eu não estou interessada só nos fatos, estou interessada em uma coisa que juntou, ali no assunto de Carmen”, disse Helena sobre o filme na entrevista citada. “Diversas coisas que me interessavam como: a questão da mulher; a questão da relação dos Estados Unidos e os outros países da América do Sul, no caso; e uma outra questão que era da tradução, de você ter que ser traduzido quando vai para fora, de ter que – como se diz? – agradar ao estrangeiro ou procurar se explicar”.
O longa “Carmen Miranda, Bananas is my business” traz ainda cenas de raríssimos filmes de família da própria Carmen, além do conhecido cancioneiro da Brazilian Bombshell, como ficou conhecida nos EUA. A Cinemateca do MAM possui cópia de preservação e cópias de difusão em 35mm desse filme, agora disponível no SPCinePlay.