Ídolos. Porque temos que ter um? Quero ser igual a ele!
Belchior (1946-2017) nos diz que “nossos ídolos ainda são os mesmos”, mas Cazuza (1958-1990) garante: “meus heróis morreram de overdose”. Afinal, o que buscamos em nossos ídolos? Em que se baseia essa fidelidade do fã com seu ídolo? Essa relação fã/ídolo é, de fato, mais comum entre adolescentes.
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Como eles estão formando uma identidade é natural que busquem referências para obtê-la. Inicialmente, há uma identificação que, por consequência, leva à empatia, e isso ocorre porque o adolescente incorpora virtudes e/ ou características que considera ideais, ou seja, que representam tudo o que ele quer ser ou ter. Nesse ponto, o adolescente quer ser como essa pessoa que, então, torna-se seu “ídolo”. Para o psicanalista alemão Erik Erikson (1902-1994), construir uma identidade implica em definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direções que deseja seguir pela vida.
No entanto, a formação da identidade não começa nem termina com a adolescência. É um processo que dura toda a vida e tem raízes que aludem à infância, ou seja, nascidas da relação entre pais e filhos. Quando adultos, a crise de identidade também pode se pronunciar, já que é possível haver uma redefinição da identidade individual quando os indivíduos deixam a casa dos pais para criarem sua própria família ou em razão de seu trabalho, sua profissão, seus estudos.
Através das gerações, vimos tantos adolescentes “cultuando”, vestindo-se, imitando gestos e repetindo expressões próprias de seus ídolos. Dentre os mais “imitados” estão Elvis Presley, John Lennon, Michael Jackson, Raul Seixas…; há aqueles que nos inspiram na escolha da profissão ou dos hobbies, como Ayrton Senna, Gustavo Kuerten, Michael Jordan, Cristiano Ronaldo, Usain Bolt, Michael Phelps, Gabriel Medina, Marta… Bem, certamente essa lista é imensa! Entretanto, quando os “ídolos” são líderes políticos, muitos outros aspectos estão envolvidos, e esses aspectos podem ou não contribuir para que sejamos pessoas mais evoluídas, engajadas em projetos com ideais humanistas que tornem a sociedade melhor.
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Muitas vezes, nossos ídolos são professores que tivemos ao longo da vida, ou mesmo os pais, avós, tios, irmãos; poetas e artistas. Nesse processo de construção da identidade, muitas pessoas descobriram seus dons e definiram seu futuro profissional. Soren Kierkegaard (1813- 1855), filósofo e poeta dinamarquês afirmou: “A personalidade de um homem só está madura quando ele encontra sua própria verdade.” Busquemos nossa verdade e sejamos felizes!