Daiane Ferry apresenta a biojoia brasileira ao Reino Unido
Formada em finanças, a brasileira Daiane Brambila Ferry está à frente da marca de biojoias Treasures of Brazil. Em mercados pop-up e estandes em shoppings londrinos, ela revende peças elaboradas com sementes, folhas de árvores e de bananeiras, capim dourado e muitas pedras.
“Compro tudo diretamente das artesãs. Sei que na 25 de Março (rua de comércio popular em São Paulo) há revendedores de artesanato do norte, mas comprando direto das produtoras eu consigo pagar um preço justo”, conta Daiane.
“Quando resolvi abrir um negócio aqui, eu queria vender algo com significado”, explica a empresária, que lançou a marca em junho de 2020.
Por causa da pandemia, a atuação começou restrita ao mundo virtual, com vendas pelo site e pela conta de Instagram. Nessa época, Daiane passou a oferecer seus produtos em grupos de mães – ela própria mãe de Elijah (6 anos) e Beatrice (4).
Foi aí que a influencer inglesa Sophie Hinchliffe (@mrshinchhome) repostou nos stories do Instagram uma publicação da Treasures of Brazil. Nas 24 horas em que o post ficou no ar, alcançando um público de 4 milhões de pessoas, Daiane viu o número de fãs e consumidores disparar.
Há dois meses, ela experimentou o primeiro encontro presencial com os clientes. Atualmente, a participação em mercados, pop-ups e exposição em corredores de shoppings representa 80% do faturamento da empresa da brasileira.
“Quase não dou conta das vendas pelo site porque meu estoque tem grande rotação”, diz.
Matéria-prima nativa
Trazer material do Brasil para o Reino Unido não é tarefa fácil. Além da burocracia por trás de cada envio, Daiane compra de artesãs que trabalham por conta própria, não têm assessoria e quase sempre precisam de ajuda para completar as etapas de venda e envio internacional das mercadorias.
Daiane não produz as joias e bolsas que vende. O trabalho dela é de curadoria e logística. Ela acha as artesãs e as peças que deseja vender, entra em contato via WhatsApp e cuida para que a entrega chegue ao Reino Unido.
Tem material que vem do Jalapão, Fortaleza e peças com pedras vêm do Rio Grande do Sul.
São peças de média durabilidade. Uma joia feita de buriti ou capim dourado, com acabamento gold plated, pode durar de um a três anos, dependendo do uso. O contato com alguns produtos, como álcool gel, pode acelerar o processo de desgaste do material.
“Gosto de ter sempre peças de diferentes artesãos”, explica Daiane, cujos principais clientes são ingleses, asiáticos e árabes. “Minhas peças fazem muito sucesso entre as pessoas do Qatar, tenho inúmeros compradores de lá. Recebi uma proposta de representação do Kuwait e vou analisar.”
Clientes brasileiras? “Só quando minhas peças tiveram a aceitação dos ingleses percebi mais interesse da comunidade brasileira”, diz. “Acho que precisamos do aval de alguém de fora para acreditar no nosso produto. Uma pena.”
Casada com inglês e residente no Reino Unido desde 2010, Daiane comemora a boa fase da empresa, ainda que a inauguração tenha sido em plena pandemia.
“Agora tenho uma pessoa me ajudando e logo retomarei as vendas pelo website, além dos mercados pop-ups”, diz.
Nada mal para quem desembarcou em Londres com um plano de estudar inglês por seis meses e retornar para o Brasil, onde pretendia seguir a carreira na área de finanças.
“Renovei meu visto por mais um ano porque achei que ainda não era fluente em inglês e nesse ano eu conheci meu marido”, explica a mudança de planos.
Para saber onde e quando será a próxima loja pop-up, acompanhe o Instagram (@treasuresofbrazil).
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