De “Birkin boy” à aliado da natureza

Conheça Israel Cassol, o influenciador brasileiro londrino que trocou o consumismo de luxo pela preservação do meio ambiente

São impressionantes oito bolsas, cujo valor somado estimado ultrapassa as 100 mil libras esterlinas.

Israel Cassol é um fenômeno nas redes sociais. O brasileiro londrino tem mais de 160 mil seguidores no Instagram, ficou famoso pela criatividade e bom gosto ao vestir-se e é conhecido na imprensa britânica como o “Birkin boy”, por ser dono da maior coleção de bolsas Birkin na Europa. São impressionantes oito bolsas, cujo valor somado estimado ultrapassa as 100 mil libras esterlinas.

Mas quem o acompanha na internet deve ter notado que o ex-modelo nascido no Rio Grande do Sul tem mudado o estilo de suas postagens ultimamente. Isso acontece porque Israel resolveu ouvir um conselho da mãe e usar seu poder de influência para questões mais urgentes. “Decidi não comprar mais bolsas e coisas supérfluas. Quero incentivar as pessoas a plantarem árvores e cuidar mais do nosso meio ambiente”, avisa.

Israel comemora uma outra reviravolta em sua vida, que o levou às telas das TVs brasileiras. Desde junho, ele apresenta o quando “Brasileiros no Mundo”, no programa Empire Style, na Band Triangulo. Nesta entrevista, ele conta os episódios mais marcantes do programa e mais.

Notícias em Português – Por que entrevistar brasileiros bem sucedidos em Londres?

Israel Cassol – A ideia não foi entrevistar brasileiros bem sucedidos, foi conhecer histórias de brasileiros que deixaram o Brasil para ir em busca de uma vida melhor, correr atrás dos sonhos e conseguiram realizar. Todos que eu entrevistei até agora são vencedores e têm uma história de vida fantástica. Por isso, o nome do quadro no programa Empire Style é “Brasileiros pelo Mundo”.

23 anos da morte da Princesa Diana: “Tive que conter as lágrimas com uma entrevistada.”

Qual entrevista foi mais marcante?

Foram dois programas que eu fiz emocionantes. Os 23 anos da morte da Princesa Diana foi um deles. Tive que conter as lágrimas com uma entrevistada. E o outro foi conhecer o trabalho do brechó em Richmond que ajuda crianças no mundo. O nome da charity é “Save the Children”.

Qual a sua relação com o Brasil?

Eu amo o Brasil. Sai de lá 19 anos atrás para trabalhar como modelo em Milão e nunca mais voltei. Sou de Caxias do Sul, RS. Vou ao Brasil duas vezes por ano. Amo voltar às minhas raízes, sentir o cheiro da natureza e o cheiro da comida da minha mãe.

Você deixou o Brasil muito jovem. Em algum momento pensou em voltar a viver lá?

Eu sou apaixonado pelo meu país. Não gosto quando as pessoas falam mal do Brasil. O nosso país é rico na cultura, nas artes, na gastronomia, para mim é o melhor país do mundo. Se tiver alguma oportunidade de trabalhar no Brasil e valer a pena, eu não penso duas vezes. Vou sim! Quem sabe este dia está mais perto do que nunca.

Tornar-se influenciador não foi um acaso na sua vida, certo? Como decidiu tornar-se um?

Eu tinha uma agência de modelos em Londres e Milão, antes de virar influenciador. Não estava feliz fazendo aquele trabalho. Foi no Japão, dentro de um templo budista, que ouvi uma voz dizendo: ”Israel,você não está fazendo o que veio fazer neste mundo”. Fiquei com aquilo na cabeça, voltei para Londres e postei uma foto com um look super fashion com uma das minhas bolsas Birkin. Ali nascia o influenciador.

Com mais de 160 mil seguidores no Instagram, a vida de influencer é o que você esperava?

Não é fácil ser influenciador. As pessoas nos julgam, criticam, insultam. Estamos ali para influenciar, mas algumas pessoas acham que não é um trabalho. Elas não sabem o quanto trabalhamos! Existe hoje uma equipe muito grande que trabalha comigo, sem ela não estaria onde estou. Ser influenciador abriu as portas para eu realizar meu maior sonho de vida, ser apresentador. Através do meu assessor Cacau Oliver e o CEO do Programa Empire Style, Leandro d’ Ambrosio, estou realizando meu sonho. Estou amando fazer parte do programa, na Band Triangulo.

Ao jornal Daily Mail, você disse obter uma coleção de bolsas Birkin avaliada em mais de £100 mil. A coleção aumentou desde a entrevista?

A coleção não aumentou, não. Na pandemia, comecei a refletir muito no modo que eu consumia e notei que para viver precisamos de pouco. Foi então que decidi não comprar mais bolsas e coisas supérfluas. Vou usar minha influência para incentivar as pessoas a plantarem árvores e cuidar mais no nosso meio ambiente. A consumirem com consciência. Uma vez, escutei uma frase da minha mãe que me marcou muito, ela disse: “use sua imagem para ajudar os outros e o planeta, Israel, você tem muito mais a oferecer do que essa imagem de consumista”. Claro, nunca vou esquecer de como cheguei na mídia, né!

Você se sente de alguma forma responsável pela educação de consumo do seu público?

Sim, claro que me sinto responsável. Por isso, decidi chamar a atenção dos meus seguidores em questões ambientais e outros assuntos importantes que a sociedade está falando. Não quero ser visto somente como “Birkin boy” e sim como alguém que influencia de verdade a vida das pessoas. Quero usar sempre minha imagem para ajudar nosso planeta.

O que mais gosta da vida em Londres?

Gosto muito da arquitetura, da culinária, das artes, da moda mas não sou muito fã do clima daqui, principalmente no inverno. Amo o calor!

Algum plano para quando as restrições de contato social e a pandemia passarem?

Quero muito poder abraçar minha família novamente, visitar o Brasil, sentir o calor humano. A pandemia veio para nos ensinar algo que precisávamos aprender com o sofrimento. Precisamos dar valor às coisas simples da vida, como o abraço, o beijo, o amor. Espero que depois da pandemia o mundo seja um lugar melhor para se viver. Um mundo sem distinção da raça, cor e sexo. Quero voltar a respirar sem a máscara, me sentir livre!

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